Crianças – Preveja o imprevisto

Durante o período lectivo, o movimento de crianças na via pública aumenta, pelo que os condutores se irão confrontar, mais frequentemente, com estes utentes que, pelas suas características psicofisiológicas, potenciam situações de risco acrescido.

Durante este período milhares de crianças terão que percorrer o trajecto casa/escola/casa sozinhas ou em grupo, sem a companhia de qualquer adulto.
Nas crianças de 6 e 7 anos não se encontram ainda suficientemente desenvolvidas algumas capacidades importantes, em termos de segurança rodoviária, pelo que:

  • Têm uma apreciação insuficiente das distâncias, das velocidades e do tempo;
  • Têm menor capacidade para reconhecer o perigo;
  • Demoram cerca de quatro segundos a distinguir se um veículo está a circular ou parado;
  • Têm dificuldade em distinguir o «ver» do «ser visto»;
  • Confundem os conceitos de «volume» e «distância» – um automóvel pesado parece-lhes sempre mais próximo do que um ligeiro;
  • Têm dificuldade em detectar a proveniência dos sons e só reagem a um de cada vez;
  • Não têm noção da distância que um veículo tem de percorrer até parar;
  • Têm um campo visual mais reduzido do que os adultos;
  • Devido à sua menor estatura, não conseguem ver além dos veículos estacionados e os condutores têm dificuldade em as visualizar;
  • Não têm noção da dinâmica do trânsito em que as situações se alteram continuamente;
  • Não conseguem percepcionar a situação de trânsito no seu todo.

Têm, ainda, uma grande impulsividade e espontaneidade, próprias da idade, que as coloca frequentemente em situação de risco.

Estas características originam comportamentos imprevistos que os condutores devem prever, antecipando-se a eventuais situações de conflito, nomeadamente através da redução da velocidade, sempre que percepcionem a presença de crianças na via pública. Só assim, numa situação potencialmente perigosa, é possível agir atempadamente e em segurança sem pôr em risco a vida de uma criança.

ATENÇÃO

  • Atrás de uma bola pode aparecer uma criança, mas, atenção, nem todas as crianças que aparecem subitamente na faixa de rodagem vêm precedidas de aviso!
  • Não circule demasiado perto de uma fila de veículos estacionados, pois de entre eles pode surgir uma criança;
  • Antes de iniciar uma marcha-atrás certifique-se, saindo do veículo, se necessário, que nenhuma criança está atrás dele;
  • Reduza sempre a velocidade em locais onde existam crianças, particularmente perto de escolas, parques infantis e zonas residenciais;
  • Com chuva, os peões, e, sobretudo as crianças, têm tendência para andar mais depressa ou mesmo a correr, levar o chapéu-dechuva muito inclinado ou a cabeça baixa, o que lhes dificulta a visibilidade. Esteja preparado para estas situações;
  • Ao cruzar ou ultrapassar um veículo de transporte público parado para saída ou entrada de passageiros, reduza a velocidade, pois pode surgir um peão a atravessar inadvertidamente pela frente do veículo.

Fonte: ANSR

A Criança não é um adulto pequeno.
Até cerca dos 12 anos, qualquer criança tem dificuldade em integrar-se com segurança, sistema de circulação rodoviário.
Compete ao adulto, A tarefa de ensinar e estar atento à sua presença na via pública.